A recombinação de duas linhagens (BA.2.10.1 e BA.2.75) da variante de preocupação Ómicron do vírus SARS-CoV-2 originou uma outra linhagem, a XBB, que, apesar de dominante na maioria dos países do sudeste asiático no inverno de 2022, manteve baixa circulação nos países da EU/EEA. Mutações adicionais no domínio de ligação ao recetor da proteína spike originaram uma sublinhagem, a XBB.1.5, primeiramente detetada nos EUA, onde tem vindo a ganhar predominância. O aumento da sua proporção também a nível europeu levou a que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) a classificasse como variante de interesse.

Entre as caraterísticas distintivas desta sublinhagem incluem-se vantagem na taxa de crescimento, que se supõe ser devida a maior transmissibilidade, relacionada com uma ligação mais forte ao recetor humano ACE2, bem como a sua capacidade de evasão à neutralização pelo sistema imunitário e pelos anticorpos monoclonais neutralizantes. Não existem atualmente sinais de diferenças na gravidade da infeção causada por esta sublinhagem, nem dados acerca da efetividade dos antivíricos ou das vacinas disponíveis.

O ECDC considera que existe uma probabilidade moderada de que a XBB.1.5 se torne dominante nos países da UE/EEE nos próximos um a dois meses, com aumento substancial do número de casos. Avalia, com elevado grau de incerteza, que o risco associado à disseminação desta sublinhagem é baixo para a população em geral e moderado a elevado para indivíduos vulneráveis, alertando para a possibilidade de esta avaliação ser modificada em breve, à medida que for surgindo nova evidência.

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