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Podemos minimizar o risco de interações medicamentosas?

  • Breves Questões Terapêuticas
20 Julho 2021
Podemos minimizar o risco de interações medicamentosas?


  • As interações medicamentosas (IM) são uma causa importante de diminuição de eficácia ou de aumento do risco de reações adversas dos medicamentos.
  • É essencial reconhecer a possibilidade de surgimento de IM e tomar as medidas adequadas para minimizar o seu risco.
  • Os doentes também devem participar na prevenção e gestão das IM, devendo para isto ser adequadamente informados. 

As consequências clínicas das interações medicamentosas (IM) estão relacionadas com os efeitos (terapêuticos ou indesejáveis) dos medicamentos envolvidos.1 As IM são uma causa importante de diminuição de eficácia ou de aumento do risco de efeitos adversos dos medicamentos. Porém, em alguns casos, podem ser benéficas.2

As IM são produzidas, em geral, por dois mecanismos: IM farmacodinâmicas (adição ou antagonismo de efeitos) e IM farmacocinéticas (influência de um medicamento na farmacocinética de outro, com aumento ou diminuição deste no organismo).1-3

É essencial reconhecer a possibilidade de surgimento de IM e tomar as medidas adequadas:

- Ter presente que as pessoas idosas e os doentes polimedicados apresentam um risco aumentado de IM.3 A redução da função hepática e renal no idoso afeta a eliminação do medicamento.4

- Antes de iniciar um novo medicamento, conhecer e considerar todos os medicamentos do doente, incluídos os medicamentos não sujeitos a receita médica. Os suplementos dietéticos também podem interagir com medicamentos.3,5 

- O conhecimento das propriedades farmacodinâmicas pode reduzir o risco de resultados adversos graves. Considerar a farmacologia dos medicamentos para evitar IM farmacodinâmicas com outros fármacos (p. ex., depressão aditiva do sistema nervoso central).3,4

- As IM com base em alterações no metabolismo são atribuídas principalmente aos efeitos nas isoenzimas do citocromo P450 (CYP450).6 Atenção a medicamentos que são indutores enzimáticos (por ex., fenitoína, barbitúricos, carbamazepina, rifampicina) ou inibidores enzimáticos (por ex., antifúngicos azólicos, inibidores da protease do HIV, eritromicina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina.

- Precaução especial com medicamentos com estreita margem terapêutica ou que requerem manutenção de níveis num determinado intervalo (anticoagulantes, antidiabéticos, antiepiléticos, anti-hipertensores, anti-infeciosos, citotóxicos, digitálicos, imunossupressores).3,4

- Monitorizar sinais de toxicidade e/ou de perda de eficácia.3,5,6

- Ajustar os tempos de administração, quando isto seja conveniente para evitar a IM.6,7

- Revisar regularmente a medicação para determinar se algum medicamento pode ser descontinuado, reduzindo o risco de IM significativas.

- Melhorar os sistemas computorizados de deteção de IM.6 Estes devem detetar apenas as IM que possam causar dano ao doente,2 mas alguns identificam um grande número de IM, algumas com importância clínica questionável.2,7

- Os doentes devem participar na prevenção e na gestão das IM.1 Devem ser informados sobre as IM que podem surgir no seu tratamento,1,6 e sobre a importância de proporcionar aos profissionais de saúde uma lista completa da medicação e suplementos dietéticos tomados.7

Referências bibliográficas

1. Interactions médicamenteuses. Janvier 2021. Application Prescrire. Version 2.0.8.

2. Girona Brumós L, Juárez Giménez JC, Lalueza Broto P. Interacciones farmacológicas: un reto profesional. Farm Hosp.  2014 Jun [acedido 22-07-21]; 38(3): 151-153. Disponible en: http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1130-63432014000300001&lng=es.  https://dx.doi.org/10.7399/FH.2014.38.3.7494.

https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1130-63432014000300001

3.  Drug interactions (1): general principles. National Medicines Information Centre Bulletin. 2020; 26 (3).

https://nmiccomms.newsweaver.com/icfiles/12/87651/243939/256739/6c72a1e8ee6b6486702e707f/drug%20interactions%20_1_.pdf

4. Preston CL (ed), Stockley I. H. Drug Interactions. 11th ed, Londres, Pharmaceutical Press, 2016.

5. Snyder BD, Polasek TM, Doogue MP. Drug interactions: principles and practice. Aust Prescr 2012 [acedido 22-07-21]; 35: 85-8. Disponível em:

https://www.nps.org.au/australian-prescriber/articles/drug-interactions-principles-and-practice

6. Carpenter M, Berry H, Pelletier AL. Clinically Relevant Drug-Drug Interactions in Primary Care. Am Fam Physician. 2019 May 1 [acedido 22-07-21]; 99(9) :558-564. Disponível em: 

https://www.aafp.org/afp/2019/0501/afp20190501p558.pdf

7. Ansari J. Drug interaction and pharmacist. J Young Pharm. 2010 Jul;2(3):326-31. doi: 10.4103/0975-1483.66807.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2964764/pdf/JYPharm-2-326.pdf