A levotiroxina é uma hormona sintética usada como substituto da função tiroideia e comercializada para o tratamento do hipotiroidismo.^1,2 Considerada um fármaco de índice terapêutico estreito,^1,3,4 a levotiroxina requer um ajuste preciso e individual da posologia, com acompanhamento clínico e laboratorial.^1,5 Pequenas diferenças na dose ou na biodisponibilidade na corrente sanguínea podem levar a falha terapêutica ou efeitos adversos.^1-5

A necessidade de uma titulação da dose particularmente cuidadosa aplica-se predominantemente a doentes com cancro da tiroide, idosos com patologias cardiovasculares, mulheres grávidas (especialmente no primeiro trimestre da gravidez) e em alguns doentes que são sensíveis a pequenas flutuações dos níveis de tiroxina.² Existem relatos de desequilíbrios da função tiroideia em doentes nos quais ocorreu substituição de uma marca de levotiroxina por outra.¹

Na prescrição de medicamentos de índice terapêutico estreito o médico prescritor pode indicar na receita de forma expressa as justificações técnicas que impedem a substituição do medicamento prescrito com denominação comercial. Estes medicamentos devem ser administrados sob orientação de clínico competente e devem ser observados os procedimentos de monitorização farmacocinética e/ou farmacodinâmica adequados.⁴

Tem existido controvérsia sobre a bioequivalência de marcas diferentes de levotiroxina e, por este motivo, algumas sociedades científicas têm recomendado aos médicos a manutenção dos doentes na mesma marca.^3,5