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Qual deve ser a duração do tratamento com bifosfonatos na osteoporose pós-menopáusica?
- Breves Questões Terapêuticas
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A osteoporose é caraterizada por uma baixa densidade mineral óssea (DMO) e alterações na estrutura óssea. A sua prevalência aumenta com a idade1,2 e é comum em mulheres pós-menopáusicas. As fraturas são prejudiciais para as doentes e dispendiosas para os sistemas de saúde.3 A osteoporose é definida como uma DMO com um desvio padrão 2,5 vezes inferior à média de um adulto jovem, ou seja, índice T-2,5.1,2
Os bifosfonatos estão recomendados como tratamento inicial da osteoporose pós-menopáusica em mulheres em risco elevado de fratura,1-3 pela sua favorável relação custo-eficácia.1 Acumulam-se seletivamente no osso, inibindo a reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos,2,4 o que melhora a DMO. Os estudos têm mostrado que o tratamento com bifosfonatos causa aumentos de DMO no colo do fémur que atingem um planalto após cerca de 3 anos de tratamento,2 com demonstração de redução do risco de fratura ao longo de 3 a 5 anos de tratamento.2,4,5 Os efeitos positivos dos bifosfonatos persistem durante vários anos após a sua descontinuação.1-3
Apesar da sua eficácia, os bifosfonatos podem causar sérios efeitos adversos, como osteonecrose do maxilar e fraturas femorais atípicas,2-4 cujo risco aumenta com a duração da toma,2 particularmente com uso prolongado além dos 5 anos, o que levou a que se definissem esquemas de tratamento.3
A duração da terapêutica deve ser ajustada em função das circunstâncias individuais da mulher.4 Contudo, o tratamento com bifosfonatos orais – alendronato, ibandronato, risedronato – é em geral administrado inicialmente durante 5 anos, estando recomendados 3 anos de tratamento para a terapêutica intravenosa. As normas recomendam que o risco de fratura seja reavaliado após estes intervalos de tempo.1,3,4
A continuação do tratamento após 5 anos está associada a redução adicional do risco de fraturas em mulheres com persistência de índices T<-2,5 no colo do fémur;5 em mulheres em risco elevado, a diminuição do risco de fraturas vertebrais supera o raro risco de fraturas femorais atípicas.1 Assim, as mulheres que, após um tratamento oral de 5 anos, mantenham um índice T≤-2,5, tenham sofrido uma fratura osteoporótica antes ou durante o tratamento,1-3 ou tenham um índice FRAX (algoritmo de avaliação do risco de fratura) de alto risco1,3 devem prosseguir o tratamento,1-3 até uma duração de 10 anos.1,2
A interrupção da terapêutica com bifofosfonatos pode ser considerada em mulheres que tenham aderido ao tratamento de forma rigorosa,1 não tenham sofrido fraturas durante o tratamento e possuam um índice T femoral >-2,5,1,4 uma vez que, nestes contextos, a continuação do tratamento após 5 anos não resulta em reduções adicionais nas taxas de fraturas vertebrais clínicas, fraturas não vertebrais e mortalidade.5 A duração da pausa deve ser baseada na avaliação do risco e benefício individual.4 Pode durar até 5 anos,3 mas geralmente tem uma duração de 2 a 3 anos,1,4 período após o qual o risco de fratura deverá ser reavaliado.4 O tratamento deve ser reiniciado caso ocorra uma fratura intercorrente,3,4 um declínio significativo na DMO,2-4 ou outro fator que altere o risco clínico.2,3
Referências bibliográficas
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2. Bisphosphonates: addressing the duration conundrum. Best Practice Advocacy Centre New Zealand (bpacnz), [acedido a 09-02-2021] January 2019. Disponível em:
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3. Eastell R, Rosen CJ, Black DM, Cheung AM, Murad MH, Shoback D. Pharmacological Management of Osteoporosis in Postmenopausal Women: An Endocrine Society* Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2019 May 1; 104(5): 1595-1622. doi: 10.1210/jc.2019-00221.
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