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Compreendi

MENSAGEM DO DIRETOR EXECUTIVO DO HEALTH CLUSTER PORTUGAL

MENSAGEM DO DIRETOR EXECUTIVO DO HEALTH CLUSTER PORTUGAL

Em resposta ao desafio que nesse sentido, em boa hora, lhe foi lançado, o Health Cluster Portugal não hesitou em dar o seu apoio ao desenho do Simpósio que, no âmbito do Congresso Nacional dos Farmacêuticos 2017, a Ordem dos Farmacêuticos decidiu levar a cabo.

Tratou-se de um apoio modesto e marginal, uma vez que o Presidente do Congresso e a Ordem sabiam bem o que queriam e o que queriam, no meu entendimento, estava muito bem ajustado ao que o tempo, o contexto e a realidade nacional e internacional pedem.

E o que pedem é, porventura, um dos grandes desafios das sociedades modernas: a valorização do conhecimento, enquanto mecanismo de geração de riqueza e de bem-estar das

populações. Ou seja, inovação.

A inovação em saúde será hoje consensualmente assumida como um dos pilares estruturantes do modo como escolhemos viver e de como temos vindo a construir a nossa vivência coletiva. Um caso inquestionável de sucesso da humanidade, como o demonstra a evolução nos últimos cem anos, verdadeiramente espantosa e sem precedentes, da globalidade dos indicadores de saúde e de qualidade de vida.

Mas queremos mais e queremos melhor o que depende, fomos aprendendo, da boa e adequada articulação de muitas condicionantes, de outras tantas vontades e dos necessários recursos, conjunto a que, quando organizado e estrategicamente orientado, designamos por ecossistema de inovação.

E, assim, com o foco no papel do empreendedorismo farmacêutico, é o ecossistema de inovação em Saúde que vai estar em análise e reflexão no painel I do Simpósio. A realidade portuguesa e as experiências de outros países.

Os seus pontos fortes e os seus pontos fracos.

Onde e como introduzir alterações e melhorias.

No circuito da inovação em saúde, aprendemos também, o último troço, o que leva a ideia, o conceito, o produto ou o serviço ao mercado, é o mais difícil e onde mais vezes falhámos.

Vale a pena, por isso, revisitar algumas das suas principais dimensões, designadamente os modelos de negócio, o financiamento, as provas de conceito e o quadro regulamentar, o que terá lugar no painel II.

Desgraçadamente, ou talvez não, as especificidades da saúde trazem, por regra, desafios acrescidos face a outros setores.

O testemunho, na primeira pessoa, da experiência de empreendedorismo em saúde e em particular na área farmacêutica, dará corpo ao III e último painel do Simpósio. A partilha de sucessos e de não sucessos, e os caminhos percorridos para lá chegar, pelas pedras ou fora delas, constitui uma inestimável fonte de aprendizagem.

A Saúde, em Portugal, vai sendo cada vez mais um setor de referência, pela qualidade dos cuidados que são prestados aos cidadãos e pelo assinalável desempenho que tem sido conseguido ao nível da ciência que se faz nas nossas universidades e nos nossos institutos de investigação.

São domínios onde nos comparamos bem internacionalmente.

Contudo, na valorização deste conhecimento científico, tecnológico e clínico ainda não somos tão bem sucedidos, apesar dos bons exemplos de empresas que têm sido capazes de vencer os desafios da internacionalização colocando em 2016 o volume de exportações em Saúde no seu máximo histórico de 1411 milhões de euros.

Ganha assim grande oportunidade a realização deste Simpósio antevendo-se, tendo em conta a qualidade e a experiência dos oradores presentes, que as suas conclusões sejam uma boa contribuição para a definição de um roadmap para a inovação farmacêutico no nosso país.

Joaquim Cunha

Diretor executivo do Health Cluster Portugal

[Artigo publicado na Revista da Ordem do Farmacêuticos n.º 120]