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Farmacêuticos ouviram necessidades de pessoas que (con)vivem com doença
23 Novembro 2017Sob a moderação de Sofia Crisóstomo,
assessora da OF para envolvimento dos cidadãos, a conversa contou com as
participações da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), da
Associação Portuguesa de Psoríase (PSO Portugal), da Associação Nacional dos
Doentes com Artrites e Reumatismos na Infância (ANDAI), da Associação Portuguesa
de Doentes de Parkinson (APDPk) e da Associação Protetora dos Diabéticos
de Portugal (APDP).
A representante da LPCDR, Elsa Mateus, falou
sobre a necessidade de desmistificar receios em relação à toma de medicamentos
e sobre o reconhecimento de reações adversas; Catarina Figueiredo, em
representação da PSO Portugal, salientou a relevância do acompanhamento regular
pelos profissionais de saúde, para promover a adesão ao tratamento; Ana Pais,
da ANDAI, relatou a sua experiência nos cuidados com crianças com artrite e as
estratégias para administração de medicamentos; João Bello, em representação
dos doentes de Parkinson, debruçou-se sobre a literacia do doente em relação à
própria doença e sobre a participação dos doentes nas decisões relacionadas com
o seu tratamento; por fim, a representante da APDP, Alexandra Costa, destacou a
relação de parceria e confiança entre doentes e profissionais de saúde,
enfatizando a importância dos profissionais pensarem nas pessoas que vivem com
uma doença, não apenas como doentes, pois essa é apenas uma dimensão da sua
vida.
Após estas intervenções, coube aos
farmacêuticos Filipa Alves da Costa, assessora para o planeamento estratégico
profissional, e Luís Lourenço, do Grupo Profissional de Farmácia Comunitária,
realçar a relação de proximidade e a disponibilidade dos farmacêuticos
comunitários para uma intervenção profissional integrada junto dos doentes. Foram
abordados alguns projetos de cuidados farmacêuticos em farmácia comunitária
desenvolvidos em vários países europeus no âmbito da adesão à terapêutica, que
podem ser implementados no nosso país com o devido enquadramento regulamentar,
como o serviço de nova dispensa, a preparação individualizada de medicamentos ou
a revisão da medicação.
Durante o debate, foi
salientada a necessidade de os farmacêuticos serem reconhecidos como parte
integrante do SNS e terem acesso a dados relevantes sobre os utentes, através da
Plataforma de Dados em Saúde.
Os participantes realçaram
também a importância destes espaços de partilha de experiências entre
profissionais de saúde e doentes, que colocam, de facto, o doente no centro dos
cuidados, lançando o apelo para a realização de novas edições, que juntem
também médicos, enfermeiros e outros profissionais, sugestão que a OF irá
procurar concretizar.
No final, ficaram algumas notas para reflexão entre os participantes
para melhorar a comunicação entre doentes e farmacêuticos:
Pessoas com doença: | Farmacêuticos: |
Informar o/a farmacêutico/a que tem uma doença crónica e/ou que toma medicamentos | Avaliar as necessidades e preferências, na perspetiva
da pessoa com doença |
Sugerir serviços que sejam considerados mais prioritários | Perguntar sempre se o utente está a fazer outra medicação |
Avaliar e promover a adesão à terapêutica | |
Avaliar e discutir os efeitos secundários |
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