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INSA homenageou Marinho Falcão
04 Junho 2019O livro resulta de uma iniciativa de um grupo de colegas do INSA, com a colaboração de familiares e amigos, conta com prefácio do atual presidente do Conselho Diretivo do Instituto, Fernando de Almeida, e testemunhos de antigos colegas de trabalho, alunos e amigos que com ele partilharam múltiplas experiências e projetos variados ao longo da vida, entre os quais a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.
Ana Paula Martins foi aluna de Marinho Falcão no primeiro Mestrado de Epidemiologia realizado em Portugal, uma colaboração entre a Faculdade de Ciências Médicas e a Escola Nacional de Saúde Pública, em 1994. Nasceu aí uma relação de amizade e de colaboração profissional. Dois anos depois da conclusão do mestrado, o ex-diretor do INSA desafiou a então diretora do Centro de Estudos Farmacoepidemiológicos (CEFAR) a incluir as farmácias na realização de estudos epidemiológicos.
"Pelas características de proximidade, pela construção de um modelo de relacionamento entre elas, era uma rede que, tal como no caso dos Médicos Sentinela poderia desenvolver-se e colocar-se ao serviço da saúde pública. Com os passos certos e no tempo certo. Nasceram assim as Farmácias Sentinela, o CEFAR e os estudos com a rede de Médicos Sentinela”, lembrou a bastonária
O primeiro estudo que colocou as farmácias e o INSA numa plataforma de colaboração comum foi a investigação sobre a qualidade das águas em concelhos do distrito de Lisboa. "Através dos casos de diarreia que apareciam nas farmácias e que depois, mediante critérios de inclusão muito específicos, eram referenciados para colheita de amostras de águas de furos ou poços para análise pelo INSA”, explicou a representante dos farmacêuticos.
"Quem se iria lembrar desta possibilidade, usar um marcador como a compra de um medicamento anti-diarreico para encontrar problemas na qualidade das águas através das farmácias?”, acrescentou.
O CEFAR desenvolveu-se, criou as suas equipas, e ainda hoje existe. "Sempre com a ajuda do Dr. Marinho Falcão que nos revia alguns protocolos mais complexos e ajudava o projeto através da colaboração em equipas de trabalho mistas. O CEFAR deve-lhe muito”, sustentou a bastonária.
José Carlos Marinho Falcão foi colaborador do Instituto
Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) entre 1994 e 2010, período
durante o qual fundou e desempenhou funções como responsável do Centro de
Epidemiologia e Bioestatística, do Observatório Nacional de Saúde e do atual
Departamento de Epidemiologia. Foi ainda diretor do INSA entre 1999 e 2000.
Marinho Falcão projetou a atividade do INSA tanto a
nível nacional como internacional. O seu legado para a Epidemiologia e Saúde
Pública em Portugal e na Europa é inegável, tendo desenvolvido vários sistemas
de vigilância epidemiológica (Rede Médicos-Sentinela, Gripe, Mortalidade
Diária, EUROMOMO, Sistema ÍCARO), instrumentos de observação (Inquérito
Nacional de Saúde, ECOS: Em Casa Observamos Saúde), e ainda realizado vários
estudos epidemiológicos que foram essenciais para a tomada de decisão em Saúde
Pública. José Carlos Marinho Falcão faleceu a 14 de março de 2017.
Consulte aqui o livro de homenagem a Marinho Falcão.