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O contributo dos farmacêuticos na intervenção em doenças não transmissíveis

24 Julho 2020
O contributo dos farmacêuticos na intervenção em doenças não transmissíveis
Com o mote de “debater a atualidade, desafiar o futuro” realizou-se, no passado dia 2 de julho, o primeiro Ciclo de Conferências do ano de 2020, subordinado ao tema “O contributo dos farmacêuticos na intervenção em doenças não transmissíveis”, organizado pela Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos (SRSRA-OF).

Reconhecendo a relevância de debater o potencial da intervenção dos farmacêuticos nestas doenças, torna-se indispensável envolver a sociedade civil compreender a relevância da participação dos farmacêuticos e das associações de pessoas com doença.

A Federação Internacional Farmacêutica (FIP) desenvolveu e divulgou um relatório "Beating non-communicable diseases in the community: the contribution of pharmacists, em que destaca o envolvimento destes profissionais na prevenção, diagnóstico precoce e gestão de doenças não transmissíveis. Para apresentar este relatório, contámos com a presença de Isabel Jacinto, que como integrante do grupo de trabalho de doenças não transmissíveis da FIP, teve a responsabilidade de coordenar o desenvolvimento e publicação deste relatório.

Após o enquadramento da temática, seguiu-se uma sessão de debate, moderada por Luís Lourenço, Presidente da SRSRA-OF.

Jenifer Duarte, Presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), enalteceu o trabalho já desenvolvido pelos farmacêuticos comunitários no que diz respeito ao aconselhamento e serviços prestados. No que concerne à prevenção da evolução da doença, afirmou que é necessário, desde cedo, "ensinar as crianças a terem cuidado nos seus registos, deixando a sugestão de que as dinâmicas de gamification e similares são boas oportunidades de melhoria.

Coordenadora do projeto Train4Health, Mara Guerreiro explicou que este inovador projeto pretende "capacitar os futuros profissionais com o contributo da mudança comportamental e a comunicação interprofissional. Reiterou ainda que, "o apoio à autogestão e à mudança comportamental é muito mais do que conselhos e recomendações”.

Vítor Neves, Presidente Executivo da Europacolon Portugal (Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo), afirmou que "há um papel dos farmacêuticos imprescindível na prevenção de doenças, na educação para a saúde, principalmente em casos em que é possível fazer um diagnóstico precoce, contudo é extremamente necessária a partilha de informação e de competências entre os cuidados de saúde primários, as farmácias comunitárias e os hospitais. No final, solicitou a colaboração das farmácias com as associações de doentes, pois entende que será uma mais valia, tanto para as pessoas que vivem com doença, como para o sistema nacional de saúde.

Isabel Jacinto apontou como pontos de melhoria futura, a revisão dos modelos colaborativos de partilha de dados em saúde e sua referenciação, assim como o envolvimento da pessoa com que vive com doença e os seus cuidadores. De igual forma, afirmou que também o registo de intervenções farmacêuticas deve ser revisto, de forma a facilitar e melhorar a vida das pessoas que vivem com doença e possibilitar uma maior promoção do valor dos farmacêuticos.

Após as apresentações dos oradores, houve lugar para as questões colocadas pelos cerca de 211 participantes.

As farmácias geram um elemento de confiança e empatia profissional, que aliadas à proximidade e acessibilidade, são uma mais valia para os cidadãos. A capacitação dos farmacêuticos, desde cedo, para desempenharem o papel de educador e promotor de saúde junto dos seus utentes é necessária, assim como a intercomunicação entre todos os profissionais de saúde. Embora os farmacêuticos sejam reconhecidos pelo seu trabalho, há ainda muitas oportunidades que podem e devem ser aproveitadas.