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OF estuda mercado de trabalho farmacêutico
12 Fevereiro 2019Os resultados deste trabalho indicam que a taxa de desemprego entre os farmacêuticos é inferior à média nacional (4,4% contra 7%), e menor ainda entre os jovens farmacêuticos (com menos de 30 anos), não ultrapassando os 2,8%. De entre as diversas áreas de intervenção dos farmacêuticos, a "Farmácia Comunitária” é a que regista maior procura por parte dos recém-licenciados, mas é também a que tem maior número de farmacêuticos em situação de desemprego. Mais de 60% dos farmacêuticos atualmente desempregados residem na região Norte do País.
Cerca de 30% dos inquiridos referiu ter sentido algum tipo de dificuldade para ingressar no mercado de trabalho, justificadas com a reduzida oferta na área profissional pretendida e com mercado farmacêutico em geral, mas também com a falta de experiência profissional e de ofertas de trabalho na área de residência.
O tempo médio entre a conclusão do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e a entrada no mercado de trabalho é genericamente reduzido: 80% dos inquiridos disse ter aguardado, no máximo, três meses até iniciar a sua atividade profissional.
Os farmacêuticos mais jovens têm hoje maiores dificuldades no acesso ao mercado de trabalho do que as que foram sentidas pelos colegas das faixas etárias superiores (entre os 30 e os 60 anos). Entre os mais novos, 71,5% diz ter iniciado atividade em menos de três meses, um valor inferior aos profissionais que têm hoje entre 30 e 60 anos (com valores na ordem dos 90%). Os farmacêuticos na faixa mais avançada (com mais de 60 anos) referiram ter demorado mais de três meses, e até dois anos, a encontrar o primeiro emprego.
Os resultados do inquérito mostram também uma relação direta entre o vínculo de trabalho inicial e a idade dos profissionais, ou seja, quanto menor a idade, maior a percentagem de indivíduos que teve no início da sua carreira profissional um vínculo igual ou inferior a um ano.
O estudo revelou que 40% dos farmacêuticos auferem entre 1.000 e 1.700 euros brutos mensais. Embora de forma residual, existem ainda farmacêuticos a receber o salário mínimo nacional (no "Ensino e Investigação”, na "Farmácia Hospitalar” e na "Farmácia Comunitária”).
Este trabalho revela ainda que os farmacêuticos da área das "Análises Clínicas e Genética Humana” têm maior tempo decorrido desde a conclusão da curso superior, o que explica algum envelhecimento da área profissional, por comparação, por exemplo, com a "Farmácia Comunitária”, onde se encontra maior número de profissionais com menor tempo decorrido desde a conclusão do curso.
Metade dos inquiridos considerou que estava relativamente bem preparado para exercer a profissão no início da sua carreira, mas 82,1% referiu que existem lacunas e áreas disciplinares pouco exploradas na formação graduada, em especial a componente prática do exercício profissional e a gestão.
Independentemente do género, idade ou área profissional, 75,4% dos farmacêuticos atribuiu elevada importância à formação contínua, sendo que 46,7% frequentou estudos pós-graduados nos últimos anos. A percentagem é inferior entre os profissionais que têm na "Farmácia Comunitária” a sua principal área profissional, com 30% a reportar a frequência de estudos pós-graduados conferentes de grau académico.
A maioria dos farmacêuticos estão "Satisfeitos” ou "Muito Satisfeitos” com a profissão. Os farmacêuticos de indústria apresentam-se como os mais satisfeitos com a sua situação profissional, por oposição aos farmacêuticos hospitalares, que reportam menores índices de satisfação global.
O trabalho de campo, assente na realização de inquéritos telefónicos,
decorreu no mês de outubro de 2018 e envolveu 1.506 farmacêuticos, o que
corresponde a cerca de 10% dos membros da OF.
Clique aqui para aceder à apresentação do estudo.