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Ordem atualizou dados sobre necessidades de recursos humanos nos Serviços Farmacêuticos hospitalares
12 Julho 2018A OF tem sinalizado há vários meses as dificuldades na contratação, manutenção e renovação do quadro farmacêutico no SNS, bem como de outros profissionais que integram as equipas dos Serviços Farmacêuticos hospitalares, preocupação que se acentuou com a transição de alguns trabalhadores para o regime de trabalho das 35 horas semanais.
A grande maioria (cerca de 70%) dos farmacêuticos hospitalares em funções nas unidades de saúde públicas têm Contratos Individuais de Trabalho (CIT), assente num regime de 40 horas semanais, pelo que a transição agora imposta vem intensificar as dificuldades na gestão de inúmeros processos e tarefas realizadas nas farmácias hospitalares, podendo constituir um risco de segurança e qualidade.
De modo a apresentar evidência sobre esta realizada, a OF promoveu a realização de um primeiro inquérito, em abril deste ano, focado nas necessidades de farmacêuticos, compreendidas entre o período de 2015 e de 2017, visando avaliar o diferencial entre os pedidos de contratação e a sua real efetivação.
Os resultados deste primeiro trabalho, em que responderam 41 dos 50 serviços farmacêuticos contactados, indicam que foram solicitados 218 farmacêuticos para assegurar o normal funcionamento dos Serviços Farmacêuticos, tendo sido contratados apenas 90 (41,3%), pelo que, no final de 2017, as necessidades eram ainda de 128 farmacêuticos.
Estes números foram apresentados à secretária de Estado da Saúde, numa reunião solicitada pela OF para esse efeito, tendo a governante lançado à OF o desafio de atualização destes dados, incluindo os restantes grupos profissionais que integram as equipas das farmácias hospitalares e o impacto das 35 horas nos Serviços Farmacêuticos.
Neste segundo inquérito, realizado ao longo das últimas semanas, e ao qual responderam todos os diretores técnicos dos Serviços Farmacêuticos dos hospitais do SNS, verificou-se que são atualmente necessários 144 farmacêuticos, 143 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, 57 assistentes operacionais e 24 assistentes técnicos para assegurar o normal funcionamento dos Serviços Farmacêuticos, num total de 368 profissionais em falta nas farmácias hospitalares.
Apesar de ter sido solicitado que os dados contemplassem o impacto das 35 horas, alguns Serviços Farmacêuticos não consideraram esse facto, por desconhecerem ainda o real impacto que o alargamento da medida terá no respetivo serviço. Por esse motivo, os números agora avançados podem estar subvalorizados, podendo aumentar brevemente, em consequência da implementação mais alargada das 35 horas semanais e do ajuste a que os serviços serão sujeitos.
O relatório agora enviado ao Governo refere também a
necessidade de avaliação das necessidades de farmacêuticos na área de
laboratório de análises clínicas e genética humana, bem como dos restantes
profissionais de saúde que integram os Serviços de Patologia Clínica dos
hospitais do SNS