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Reunião de farmacêuticos hospitalares ibéricos
21 Junho 2024O programa do evento contemplou a discussão sobre a avaliação das tecnologias de saúde, o empoderamento dos doentes no processo de tomada de decisão, as melhores práticas farmacêuticas em ensaios clínicos e o acesso a medicamentos inovadores.
Presente na abertura deste 3.º Fórum Ibérico, o bastonário da OF salientou as relações institucionais entre a OF e a APFH, bem como com os colegas farmacêuticos espanhóis, através do Consejo de Farmacéuticos de Espanha e também das associações setoriais das áreas da Farmácia Comunitária (SEFAC), das Análises Clínicas (AEFA) e da Farmácia Hospitalar (SEFH).
"Embora com realidades nacionais distintas, o que nos une é mais do que o que nos separa, resultante das especificidades nacionais, o contexto europeu em que nos inserimos é determinante para que possamos discutir juntos os desafios atuais e futuros da profissão”, disse o bastonário.
O representante dos farmacêuticos sublinhou também a colaboração com as associações de doentes, "com o propósito de nos aproximarmos das expectativas dos doentes em relação à intervenção farmacêutica”.
Helder Mota Filipe destacou ainda o trabalho que a OF tem vindo a realizar para desenvolvimento de normas de intervenção e atividades de diferenciação profissional, com o objetivo de estabelecer boas práticas para a prestação de novos serviços farmacêuticos à comunidade, diferenciados e sustentáveis.
Como exemplo, referiu os novos serviços de dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade e a renovação da dispensa de terapêutica crónica. "Em breve, será também disponibilizada a norma profissional sobre a consulta farmacêutica hospitalar”, revelou o bastonário.
Para o responsável da OF, "o farmacêutico hospitalar é, e deve ser, cada vez mais chamado a participar nas decisões relacionadas com o custo-efetividade de diferentes opções terapêuticas, cada vez mais complexas, frequentemente aprovadas com evidência menos robusta que o habitual e muito, muito cara”.
Neste âmbito, referiu-se também a uma das principais medidas do Plano de Emergência e Transformação na Saúde recentemente apresentado, reforçando "a necessidade da implementação total do Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde, incluindo não só medicamentos, mas também dispositivos médicos, alinhando com o movimento europeu e promovendo uma melhor utilização dos limitados recursos disponíveis, garantindo o acesso à inovação a quem dela necessita”.
"Uma forma de dar acesso precoce a medicamentos inovadores é através da realização de ensaios clínicos, área em que o nosso país tem ainda um importante caminho a fazer - Espanha é um bom exemplo de como é possível ser competitivo, a nível internacional”, disse ainda.
No final da sua intervenção, o bastonário abordou o tema dos recursos humanos em Farmácia Hospitalar. "A realidade mostra uma classe profissional descontente, situação que importa alterar urgentemente. Até ao momento foram comunicadas à OF mais de 200 declarações de exclusão de responsabilidade, submetidas por farmacêuticos de quase duas dezenas de estabelecimentos de saúde, o mais recente dos quais no ULS de Viseu Dão-Lafões”, recordou Helder Mota Filipe.
"Para garantir que os farmacêuticos desempenhem adequadamente as suas funções é, portanto, urgente que haja definição e implementação uma estratégia de valorização dos farmacêuticos no SNS”, alertou ainda.
"Garantir a capacidade de atrair, reter e desenvolver farmacêuticos para trabalharem na Farmácia Hospitalar é fundamental” defende o bastonário.