Perguntas Frequentes
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Como interpretar o fator de proteção solar?O FPS é a medida da eficácia de um PS,1,2 essencialmente contra a radiação UVB. O FPS consiste na razão entre o tempo necessário para a radiação produzir eritema minimamente percetível em pele protegida por PS e em pele sem proteção, para uma dose padrão de 2 mg/cm2.1,3A proteção contra a radiação UVA deve ser avaliada, segundo a Comissão Europeia (CE), pelo método do escurecimento persistente dos pigmentos, que define o fator de proteção UVA como a relação entre a dose mínima de UVA necessária para induzir um escurecimento persistente dos pigmentos na pele protegida por um PS e a dose mínima de UVA necessária para induzir um escurecimento persistente dos pigmentos na pele desprotegida.A proteção contra as radiações UVA e UVB deve estar interligada - uma formulação com FPS superior (ou seja, proteção UVB) deve conter igualmente uma proteção UVA superior. Isto porque existe evidência de que algumas lesões biológicas da pele podem ser evitadas e reduzidas se a relação do fator de proteção medido no ensaio do escurecimento persistente dos pigmentos (radiação UVA) for de pelo menos 1/3 do fator medido pelo método de ensaio do FPS (radiação UVB).Os PS devem ser rotulados de modo a que o consumidor receba uma indicação simples da sua eficácia, com recurso a uma de quatro categorias, cada uma delas equivalente a um grau normalizado de proteção contra as radiações UVB e UVA:
- Baixa: FPS 6-10.
- Média: FPS 15-25.- Elevada: FPS 30-50.- Muito elevada: FPS 50+. 11
Um PS com um FPS de 15, corretamente aplicado, confere proteção contra 93% da radiação UVB; um PS com FPS 30 protege contra 97% da radiação UVB; um PS com FPS 50 protege contra 98% da radiação UVB.2,5 De acordo com as recomendações da CE, o grau mínimo de proteção conferido pelo PS deve ser uma proteção UVB de FPS 6 e uma proteção UVA que seja um terço do FPS.11 -
Os protetores solares previnem o cancro cutâneo?
Existe evidência de que o uso regular de PS pode reduzir a incidência de novas queratoses actínicas,1,5,6,10 aumentar a remissão das lesões existentes1 e reduzir o surgimento de CCE.1,5,6,10
O uso regular de PS não parece associado a redução da incidência de CCB.1 Alguns ensaios mostraram uma diminuição, mas que não foi estatisticamente significativa.3
No que diz respeito ao melanoma, a eficácia protetora dos PS não está provada,1,5,6 não obstante um estudo efetuado na Austrália ter mostrado que o seu uso regular parecer estar associado a uma redução significativa no número de novos melanomas.3,10 A utilização correta de PS tem sido relacionada a diminuição dos nevos adquiridos em crianças, que são um indicador de risco de melanoma.4,10
Existem relatos que apontam para uma associação entre o uso de PS e o risco de melanoma. Apesar de as revisões sistemáticas efetuadas não o confirmarem, existe o receio de que, ao aumentarem o limiar para desenvolvimento de queimaduras solares, o uso de PS conduza a comportamentos inadequados, com aumento do tempo de exposição solar e, consequentemente, da dose de radiação UV cumulativa e do risco de cancro.1,4 Por outro lado, devido ao elevado tempo de latência entre a exposição solar e o aparecimento de cancro cutâneo, poderão ser ainda necessárias várias décadas para que o efeito protetor de PS de amplo espetro se torne aparente.3,10 -
Os protetores solares causam deficiência em vitamina D?
A síntese de vitamina D requer exposição cutânea à radiação UVB.6 Tem sido sugerido que a aplicação regular de PS origine níveis insuficientes de vitamina D.6,10 Este risco não é consensual;6 estudos efetuados não mostraram correlação entre o uso de PS e deficiência em vitamina D.2,3 Considera-se, contudo, que idosos, indivíduos de tez escura, com fotossensibilidade, obesos ou indivíduos que habitem em latitudes mais a norte e que utilizem regularmente PS possam necessitar de suplementação com colecalciferol.6 Estes doentes devem aconselhar-se com o seu médico relativamente ao uso de PS, à exposição solar e toma de vitamina D.3