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Medicamentos para o tratamento da dependência do tabaco

  • cidadão-uso-responsável
10 Janeiro 2024
Medicamentos para o tratamento da dependência do tabaco

Deixar de fumar é a decisão mais acertada que poderá tomar para melhorar a sua saúde e a dos que o rodeiam, no entanto, mesmo que a sua motivação seja forte, poderá ser necessário um suporte adicional, através do aconselhamento de medidas comportamentais e medicação específica para o tratamento da dependência do tabaco.

O tratamento farmacológico para deixar de fumar tem como objetivo a prevenção dos efeitos decorrentes da síndrome de abstinência induzida pela ausência de nicotina no corpo, tornando este processo mais fácil, e duplicando assim a probabilidade de sucesso.

O que devo fazer caso pretenda iniciar um medicamento para o tratamento da dependência do tabaco?

Antes de iniciar um medicamento para o tratamento da dependência do tabaco, deverá informar-se sempre junto de um profissional de saúde, como o seu médico ou farmacêutico. Estes irão avaliar qual a medicação mais adequada para si, tendo em conta a sua condição clínica e respeitando as suas preferências.

Muitas farmácias dispõem de serviços especializados de apoio à cessação tabágica, que combinam aconselhamento profissional e apoio comportamental, com tratamento farmacológico e um plano personalizado de seguimento. Se pretende deixar de fumar, não hesite! Fale com o seu farmacêutico!

Quais são os medicamentos que existem para o tratamento da dependência do tabaco?

Atualmente, existem diversas opções farmacológicas disponíveis no mercado, que permitem auxiliar eficientemente na redução da dependência da nicotina.

A terapêutica de substituição da nicotina apresenta-se como um método eficaz e seguro, que consiste na reposição da dose de nicotina que era consumida através do tabaco. É um tratamento cuja dispensa não requer prescrição médica e está disponível no mercado em diversas doses e apresentações, como pastilhas, comprimidos para chupar, adesivos transdérmicos, gomas para mascar e solução para pulverização bucal.

A nicotina administrada controla, em grande parte, o desejo de fumar e os sintomas físicos da abstinência, todavia, é fortemente recomendada a implementação conjunta de medidas comportamentais, para auxiliar na gestão da dependência emocional e mental do tabaco. A dose a administrar depende habitualmente do número de cigarros que fuma por dia. Geralmente, o tratamento é iniciado com uma dose elevada que vai sendo progressivamente diminuída. O tempo recomendado de tratamento é de 8 a 12 semanas.

As pastilhas, gomas e comprimidos para chupar, podem ser tomados num esquema definido ou quando surge o desejo de fumar, tendo em conta a dose máxima diária recomendada. No caso dos sistemas transdérmicos, estes vão libertando uma dose constante de nicotina, e são trocados a cada 16 ou 24 horas, consoante a sua formulação. Diferentes formulações com nicotina podem ser utilizadas isoladamente ou em associação, caso continue a sentir necessidade de fumar ou ocorra falha no tratamento em monoterapia. Esta associação deverá ser sempre feita sob aconselhamento de um profissional de saúde.

Se a administração da terapêutica de substituição nicotínica for utilizada de forma correta, por norma, estes fármacos não produzem efeitos secundários relevantes. Poderá ocorrer uma leve sensação de comichão e vermelhidão no local onde foi colocado o adesivo transdérmico, ou uma irritação leve na garganta e aumento da salivação, no caso dos medicamentos administrados por via oral.

O consumo de tabaco durante o tratamento deverá ser evitado, uma vez que poderá ocorrer uma sobredosagem de nicotina, resultando no aparecimento de eventos adversos como náuseas, dor abdominal, diarreia, tonturas, entre outros.

A citisiniclina é um alcaloide vegetal, com estrutura química semelhante à nicotina, encontrando-se disponível como medicamento não sujeito a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia, sob a forma de comprimidos. O tratamento consiste em cinco fases e tem uma duração de 25 dias, sendo que deverá deixar de fumar até ao 5º dia de tratamento, uma vez que a sua continuação pode resultar no agravamento das reações adversas. O consumo de outros produtos com nicotina deverá ser igualmente evitado.

É um medicamento que apresenta uma boa tolerabilidade, com poucos efeitos secundários, contudo, atualmente, não é conhecido se a citisiniclina poderá reduzir a eficácia dos contracetivos hormonais, pelo que as mulheres que os utilizam deverão adicionar um segundo método de barreira.

Além da terapêutica de substituição da nicotina e dos comprimidos de citisiniclina, existem outros medicamentos para o tratamento da dependência do tabaco, como o bupropiom e a vareniclina (atualmente não disponível em Portugal). Todavia, a sua dispensa está sujeita a prescrição médica, uma vez que apresentam algumas contraindicações, precauções e interações com outros fármacos que requerem uma monitorização adicional.

Para que o seu tratamento tenha sucesso, é fundamental que, independentemente do medicamento que esteja a tomar, se encontre fortemente motivado para deixar de fumar e compreenda e respeite todas as instruções dadas pelo seu médico ou farmacêutico sobre a sua utilização correta.

Lembre-se, nunca é tarde demais para deixar de fumar!


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