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Tratamento da tosse no adulto

  • cidadão-uso-responsável
21 Dezembro 2023
Tratamento da tosse no adulto

A tosse é um reflexo, ou movimento voluntário, que ocorre geralmente por reação a uma irritação na garganta, com o intuito de proteger e facilitar a remoção de partículas estranhas inaladas e de secreções das vias respiratórias superiores. A tosse pode ter várias causas, desde a presença de agentes irritantes locais, secreções, conteúdo gástrico, ou apresentar-se como um sintoma de doença.

De acordo com a sua duração, a tosse pode ser classificada como aguda, subaguda ou crónica.

A tosse é classificada como aguda, quando tem uma duração inferior a 3 semanas. É o tipo de tosse mais frequente, na maioria dos casos devida a constipações e gripes. A tosse associada a estas infeções, normalmente, resolve-se espontaneamente. A tosse pode ainda ser classificada como tosse subaguda, quando tem uma duração entre 3 e 8 semanas, e crónica, se persiste mais de 8 semanas. Na presença de tosse crónica é fundamental consultar um médico para avaliar as possíveis causas (por exemplo, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, tabagismo, doença de refluxo gastroesofágico, infeções bacterianas ou virais).

Certos medicamentos também podem desencadear tosse, pelo que deverá informar o seu médico ou farmacêutico sobre os medicamentos que se encontra a tomar. São exemplo de fármacos comummente associados ao aparecimento da tosse seca e persistente algumas classes de anti-hipertensores, como os inibidores da enzima de conversão da angiotensina.

Na ausência de secreção, a tosse é considerada não produtiva ou seca. Na tosse produtiva ou húmida, existe a presença de secreções. A tosse é efetiva, quando as secreções são facilmente expelidas, ou inefetiva, quando as secreções são mais difíceis de expelir. As secreções podem ser claras, purulentas (textura mais espessa e com coloração esverdeada ou amarelada), ou com mau cheiro.

A tosse além de incomodativa, pode estar associada ao desenvolvimento de complicações, como exaustão, dor muscular e rouquidão.

O objetivo do tratamento da tosse é a redução da gravidade e do número de episódios e a prevenção de complicações.

Qual o medicamento indicado para o meu tipo de tosse?

No tratamento da tosse irritativa, com menos de 3 semanas de duração, poderá ser útil a toma de antitússicos, tendo sempre o cuidado de evitar a sua utilização em casos de tosse crónica ou persistente, ou quando a tosse é acompanhada de excesso de secreção, exceto por indicação médica.

Os antitússicos com dextrometorfano são dos mais utilizados. Inibem o reflexo da tosse, sendo eficazes no tratamento da tosse seca. Encontram-se disponíveis na apresentação de solução oral, xarope e pastilhas moles. São geralmente bem tolerados, mas, como todos os medicamentos, podem causar algumas reações adversas como sonolência, náuseas, vómitos e perturbações gastrointestinais. A sua duração de administração não deverá ser superior a 5 dias, salvo indicação médica.

O dextrometorfano pode interagir com alguns medicamentos como os antidepressores, pelo que, caso esteja a tomar outros medicamentos, questione o seu médico ou farmacêutico acerca da segurança da sua utilização.

Outros fármacos antitússicos disponíveis no mercado são a oxolamina xarope e a levodropropizina, xarope, solução oral e comprimidos.

A difenidramina é um anti-histamínico não seletivo, podendo ter uma ação útil no alívio da tosse alérgica. Pode causar sedação, tonturas, depressão respiratória, visão turva, retenção urinária e boca seca. Apesar de ser considerado um medicamento seguro, existem algumas situações nas quais a sua utilização deverá ser feita com precaução. Caso tenha alguma das seguintes condições – glaucoma, asma, hiperplasia da próstata, doença cardiovascular ou hipertensão, aconselhe-se primeiro junto do seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.

A tosse produtiva resulta frequentemente de um processo respiratório infecioso, pelo que deverá ser tratada a patologia subjacente. Esta tosse não deverá ser suprimida, uma vez que pode levar à retenção de secreções respiratórias e diminuir a ventilação.

Os fármacos expetorantes são o medicamento de escolha para o alívio da tosse com presença de secreções espessas e tenazes, com dificuldade em ser expelidas. Os expetorantes de ação mucolítica ajudam a eliminar o muco das vias respiratórias, através da alteração da sua estrutura e viscosidade.

Existem várias apresentações disponíveis de agentes mucolíticos, nomeadamente, comprimidos, comprimidos efervescentes, cápsulas, pó para solução oral em saqueta, xaropes e soluções orais. São exemplos de fármacos que exercem este efeito a acetilcisteína, o ambroxol, a bromexina, a carbocisteína, a erdosteína, a Hedera helix e o sobrerol. As principais reações adversas associadas aos expetorantes de ação mucolítica são: diarreia, náuseas, rash cutâneo e cefaleias.

Aconselhe-se junto do seu médico ou farmacêutico na seleção do medicamento expetorante mais indicado para si.

É normal verificar um aumento da expetoração nos primeiros dias de tratamento, como resultado da fluidificação das secreções. Este vai sendo atenuado progressivamente. Se os sintomas persistirem ou se se agravarem, a situação clínica deverá ser avaliada pelo seu médico.

Que outras medidas não farmacológicas posso adotar para aliviar a tosse?

      • Hidratação adequada, de forma a prevenir a secura das mucosas e das vias respiratórias;
      • Chupar rebuçados e pastilhas não medicamentosas, pois poderão reduzir a tosse através da estimulação de produção de saliva, diminuindo a sensação de irritação na garganta;
      • Humidificação do ambiente (evitar ambientes com ar condicionado) e manter uma ventilação adequada da habitação;
      • Elevar a cabeceira da cama quando for dormir;
      • Evitar a inalação de agentes irritantes locais, como o fumo do tabaco;
      • Evitar alterações bruscas de temperatura.

Quais são os sinais de alerta relacionados com a tosse?

O surgimento de algum destes sintomas indica a necessidade de obter aconselhamento médico, nomeadamente:

      • Febre prolongada, ou elevada;
      • Presença de sangue na expetoração;
      • Dificuldades respiratórias;
      • Persistência inexplicada da tosse;
      • Existência de casos próximos de tuberculose;
      • Hospitalização recente;
      • Alteração marcada do estado geral;
      • Dor torácica;
      • Perda de peso não intencional;
      • Se a tosse parecer estar relacionada com a toma de medicamentos.


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