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Uso responsável dos antibióticos

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23 Agosto 2023
Uso responsável dos antibióticos

O que é um antibiótico?

Os antibióticos são medicamentos utilizados para prevenir e tratar infeções causadas por bactérias, eliminando-as ou impedindo a sua multiplicação no organismo.

Para cada tipo de bactéria existe um ou mais antibióticos específicos. O seu médico, de acordo com a infeção diagnosticada, irá prescrever o antibiótico mais indicado para si, na dose correta em intervalos adequados e durante o tempo necessário para combater a infeção de uma forma rápida e eficaz. 

É fundamental ter presente que os antibióticos não são eficazes contra vírus, que na maioria dos casos, são os agentes responsáveis pelas infeções respiratórias como as gripes e constipações.

Os antibióticos são atualmente uma excelente arma terapêutica no combate a inúmeras infeções, porém, quando mal utilizados, poderão ter consequências negativas tanto para a saúde do utente como para a saúde pública.

Quais são as consequências de um mau uso dos antibióticos?

A principal consequência resultante do mau uso dos antibióticos é o aparecimento de bactérias resistentes aos antibióticos habitualmente mais utilizados. Sem antibióticos eficazes, muitos tratamentos e procedimentos cirúrgicos deixarão de ser possíveis, resultando em infeções mais graves e difíceis de tratar, o que conduz a internamentos hospitalares prolongados e aumentos dos custos relacionados com o tratamento. Em casos mais graves, poderá mesmo ocorrer a morte devido à infeção, constituindo um verdadeiro problema de saúde pública a nível global.

O que é a resistência aos antibióticos?

A resistência aos antibióticos é a capacidade que as bactérias têm para combater os efeitos de um determinado antibiótico. Quando este processo ocorre, o antibiótico perde a sua capacidade de destruir ou impedir o crescimento bacteriano.

Algumas bactérias são naturalmente resistentes a certos antibióticos, o que denominamos de resistência intrínseca. Contudo, um problema mais preocupante ocorre quando algumas bactérias que eram anteriormente suscetíveis aos antibióticos, desenvolvem resistência, o que chamamos de resistência adquirida.

O uso incorreto de antibióticos acelera o processo de desenvolvimento de estirpes resistentes, pois quando uma população bacteriana é exposta de forma errónea a um antibiótico, as bactérias mais resistentes poderão sobreviver e transmitir esta resistência adquirida aos seus descendentes. Quanto mais usarmos os antibióticos, mais oportunidades têm as bactérias de se tornar resistentes.

Parte do problema da resistência aos antibióticos deve-se também à sua utilização como promotores de crescimento ou na prevenção e tratamento de infeções em animais destinados ao consumo humano. Como os antibióticos utilizados na medicina veterinária pertencem aos mesmos grupos químicos que os utilizados na medicina humana, os animais podem ser portadores de bactérias resistentes aos antibióticos utilizados no homem. Porém, a principal causa de resistência aos antibióticos em bactérias isoladas a partir do homem continua a ser a utilização de antibióticos na medicina humana.

Como travar a resistência aos antibióticos?

A resistência bacteriana é um problema de saúde pública presente em todo o mundo, que ameaça o tratamento e a prevenção de um número cada vez maior de infeções bacterianas. 

O desenvolvimento de novos antibióticos, cada vez mais potentes e seletivos, não pode ser a única solução para a resistência bacteriana, pois ocorre a um ritmo lento e com custos elevados. 

A solução passa então por todos nós evitarmos, ou reduzirmos, as condições que favoreçam o desenvolvimento de resistências, através de um uso responsável dos antibióticos, assim como medidas de higiene adequadas.

Que medidas posso adotar para um uso responsável dos antibióticos?

    • Tomar antibióticos apenas quando exista prescrição médica.
    • As doses e os intervalos entre as tomas devem ser respeitados, de forma que as bactérias não se adaptem ao fármaco, tornando-se resistentes.
    • Efetuar sempre o tratamento completo, mesmo quando já se observam melhoras. Caso não termine o seu tratamento, permitirá que as bactérias mais resistentes sobrevivam e se multipliquem, podendo a infeção ressurgir de uma forma mais grave.
    • Nunca usar o antibiótico que sobrou de uma prescrição anterior. O agente bacteriano que causou a infeção anterior poderá não ser o mesmo da presente infeção. Quando as embalagens de antibiótico têm mais doses do que as prescritas, estas devem ser entregues na farmácia para serem eliminadas.
    • Nunca partilhe antibióticos com outra pessoa. O tratamento que foi prescrito para si poderá não ser o mais indicado para os outros. Cabe ao médico prescrever o antibiótico adequado para cada pessoa.
    • Tomar antibióticos altera sempre a flora bacteriana normal, resultando frequentemente em efeitos secundários como diarreia, dores de estômago, vómitos, náuseas, infeções vaginais, entre outros. Normalmente estes acontecimentos são ligeiros, mas, quando se revelam severos, deve informar o seu médico ou farmacêutico.
    • Se sabe que é alérgico a determinado antibiótico deve informar o profissional de saúde.
    • Em caso de gravidez, para além dos motivos anteriormente mencionados, é particularmente importante que nunca tome antibióticos sem indicação médica, pois estes podem passar para o feto e provocar danos.
    • Os antibióticos podem interagir com inúmeros fármacos ou produtos à base de plantas, logo, é importante informar o seu médico de toda a medicação, suplementos e outros produtos naturais que esteja a tomar. 
    • Evite tomar antibióticos com bebidas alcoólicas, pois estas podem interferir com o efeito do medicamento.
    • Assegure-se de que recebe instruções exatas sobre quando e como deve ser tomado o antibiótico (por exemplo, antes ou depois das refeições e com ou sem alimentos). Informe-se junto do seu médico ou farmacêutico sobre a eventual necessidade de evitar certos alimentos ou bebidas durante o tratamento.
    • Siga com rigor as instruções que lhe foram dadas. Consulte o folheto informativo e, caso surjam dúvidas, questione sempre o seu médico ou farmacêutico.
A prevenção da infeção é também uma forma de evitar o aparecimento de resistências bacterianas. Assim, medidas de higiene, como a lavagem das mãos (principalmente depois de utilizar a casa de banho ou antes de uma refeição) têm um papel muito importante no controlo da infeção.

Permanecer em casa quando estiver doente, tomar as vacinas recomendadas e, quando tossir ou espirrar, tapar a sua boca e nariz, preferencialmente com um lenço, constituem também medidas relevantes na prevenção da propagação de infeções para outras pessoas.


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