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Bastonário solidário com farmacêuticos hospitalares
10 Novembro 2022Helder Mota Filipe explicou que a OF apresentou ao Ministério da Saúde uma proposta de alteração legislativa que visa resolver os problemas suscitados pelo atraso na regulamentação da Carreira Farmacêutica, propondo o reconhecimento mútuo, entre o Ministério da Saúde e a OF, do título de especialista, tal como acontece com outras classes profissionais.
"Não é admissível que um farmacêutico especialista que exerça no setor privado e que queira servir o SNS tenha de ingressar na Carreira Farmacêutica através da Residência Farmacêutica", alertou ainda o bastonário.
O dirigente da OF denunciou também a contratação de farmacêuticos como técnicos superiores de saúde, manifestando forte oposição a estas soluções que desvalorizam a Carreira Farmacêutica no SNS.
O bastonário recordou ainda o trabalho desenvolvido com os
Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) para garantir o acesso e
partilha de dados clínicos dos doentes, nomeadamente a criação do "perfil Farmacêutico" na aplicação SClínico Hospitalar.
O responsável da OF falou ainda sobre duas importantes
medidas na área do medicamento apresentadas no Orçamento do Estado para 2023: a
implementação de um sistema de acesso e dispensa em proximidade, através das
farmácias comunitárias, aos medicamentos prescritos nos hospitais para
tratamento de determinadas patologias; e o estabelecimento de um mecanismo de
renovação automática da prescrição para os doentes crónicos.
"Não é aceitável que a dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares não seja efetuada por farmacêuticos hospitalares ou por farmacêuticos comunitários. Os farmacêuticos hospitalares não conseguirão controlar a dispensa de medicamentos sem que seja utilizada a rede de farmácias comunitárias, numa articulação farmacêuticos hospitalares e comunitários. Só assim é possível assegurar a qualidade do serviço, a segurança e o feedback dos doentes.”
"São duas propostas defendidas pelos farmacêuticos há vários anos que são agora também reclamadas pelos doentes e seus representantes. Temos de estar preparados e coordenados, enquanto grupo profissional, para uma possível legislação que venha a ser publicada neste âmbito", considera o bastonário.