Notícias
Estudantes contra descontos nas farmácias
01 Julho 2019Os estudantes assumem a sua preocupação "pelo estado passivo com que diversas farmácias e parte do setor farmacêutico encaram a comercialização da saúde evidenciada pela prática de campanhas promocionais e realização de descontos, que apenas servem como um modo de diferenciação entre estabelecimentos, quando o ónus deveria estar na valorização do aconselhamento ao utente”.
A este propósito, o comunicado da APEF refere-se às Boas Práticas de Farmácia emitidas conjuntamente pela Federação Internacional Farmacêutica (FIP) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas também ao Decreto-Lei que prevê a implementação de limitações na promoção de descontos sobre o preço dos medicamentos, bem como ao projeto de despacho elaborado pelo Ministério da Saúde que previa que os descontos não pudessem ser superiores a 3% sobre a parte não comparticipada.
A APEF lembrou ainda a resolução aprovada, por unanimidade, pela Assembleia Geral da Ordem dos Farmacêuticos, em março do ano passado, opondo-se prática de descontos sobre o preço dos medicamentos sujeitos a receita médica.
Apesar de todas as advertências de várias entidades ligadas ao setor, a Autoridade da Concorrência (AdC) foi contra a regulação dos descontos, para "preservar o grau de concorrência atualmente existente”. A APEF lamenta esta posição, considerando o parecer da AdC "pouco fundamentado, que fecha os olhos às comprovadas concorrências desleais que afetam farmácias descentralizadas, e com incapacidade para realizar os mesmos descontos, contribuindo para o aumento das disparidades entre o litoral e o interior”.
O comunicado dos estudantes termina com um conjunto de propostas para reintroduzir a discussão sobre esta problemática no espaço público, e que levem a à "adoção de medidas e regulamentação que promovam a harmonização e o equilíbrio entre o mercado livre e a equidade no acesso a cuidados de saúde”.
Clique aqui para aceder ao comunicado da APEF.