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Homenagem a farmacêutica Sofia Pomba Guerra na Casa do Alentejo

16 Outubro 2018
Homenagem a farmacêutica Sofia Pomba Guerra na Casa do Alentejo
A Casa do Alentejo em Lisboa vai homenagear a farmacêutica e professora Sofia Pomba Guerra (1906-1976), uma destacada feminista e resistente antifascista em Moçambique e na Guiné. Estudou em Coimbra, partiu para Moçambique e passou pela Guiné, antes de se tornar a primeira mulher branca a ser presa e deportada para a metrópole, em 1949. Foi libertada quase um ano depois, por ordem do Tribunal Plenário de Lisboa, rumando a Guiné, onde chegou a proprietária da Farmácia Lisboa.

A homenagem realiza-se no dia 20 de outubro, pelas 15:30 horas, com participação dos investigadores Diana Andringa, Carlos Lopes Pereira e Luís Carvalho, e declamação de poesia da escritora moçambicana Noémia de Sousa pela actriz Daniela.

Acérrima defensora dos ideais da liberdade e igualdade, reatou a atividade política na Guiné, fazendo circular revistas comunistas francesas e panfletos portugueses, procurando organizar células comunistas nos meios operários.

Vários testemunhos e relatos de dirigentes guineenses destacam a sua luta anticolonialista e associação à fundação do Movimento de Libertação da Guiné. Na sua farmácia trabalhavam Epifânio Souto Amado e Osvaldo Vieira, um dos principais combatentes do PAIGC.

Sofia Pomba Guerra conviveu na década de 60 com o político guineense Amílcar Cabral, que se referiu publicamente à contribuição de dois brancos na fuga de Luís Cabral da capital guineense, afirmando explicitamente que "uma pessoa que teve influência no trabalho do nosso Partido em Bissau, foi uma portuguesa. Só quem não está no Partido é que não sabe isso. Ao Osvaldo, a primeira pessoa que lhe ensinou coisas para a luta, foi ela, não fui eu. Eu não conhecia o Osvaldo”.

Luís Cabral, primeiro presidente da Guiné-Bissau menciona também a farmacêutica portuguesa na sua Crónica de Libertação, descrevendo-a como "deportada para a Guiné, com a indicação de se tratar de um elemento altamente perigoso. Embora vigiada pela polícia política, cujo chefe veio morar mesmo em frente da sua casa, retomou na primeira oportunidade as suas atividades políticas. Apesar da posterior separação da atividade anticolonialista do movimento geral antifascista, a Dra. Sofia Pomba Guerra continuou, como no passado, a ser a amiga e conselheira de cada um de nós”.