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Compreendi
O Projeto de Renovação da Sede da Ordem dos Farmacêuticos
Projeto de Arquitetura: Miguel Dutschman - Recorte Urbano, Sociedade de Arquitetos
Gestão de Projeto: FFC - Gestão de Projetos Imobiliários
Empresa construtora: ABB - Alexandre Barbosa Borges
Arquitetura de Interiores: GRCA - Arquitetura, Engenharia e Imobiliária

Área total do lote: 612,75 m2
Área de implantação: 516,00 m2
Área total de logradouro: 96.75 m2
Área bruta de construção: 4.194,00 m2
Superfície de pavimentos: 2.112,00 m2

8 pisos (3 de garagem)
14 gabinetes
50+ postos de trabalho
5 salas de reunião
3 salas de formação
Recuperação da Biblioteca
Recuperação do Salão Nobre (com capacidade para 70 pessoas aprox.)
Novo Auditório (com capacidade para 200 pessoas aprox.)
Vários espaços polivalentes e de apoio técnico

DESCRIÇÃO
O projeto de renovação e ampliação da Sede Nacional e da Sede da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos engloba os dois edifícios na Rua da Sociedade Farmacêutica e na Rua Bernardim Ribeiro, conciliando as necessidades identificadas pela instituição com as normas e orientações expressas nos regulamentos urbanísticos da Câmara Municipal de Lisboa.

A preservação da imagem do edifício que acolhe a sede da Ordem há mais de um século, com a ampliação "tipo mansarda" e integração de um novo volume, confere ao novo complexo uma imagem renovada, sóbria e contemporânea, consistente com as características morfológicas do tecido urbano onde se insere.

Além de preservar a identidade urbana do edifício, o projeto salvaguarda alguns elementos de valor arquitetónico e histórico para todos os farmacêuticos: 

i) manutenção e restauro dos elementos decorativos exteriores que compõe as fachadas a preservar, nomeadamente as paredes exteriores compostas pelas cantarias nas molduras dos vãos, pilastras, cunhais e frisos

ii) manutenção e restauro dos elementos decorativos interiores que lhes conferem autenticidade, valor ambiental e patrimonial, caracterizados pela escada existente e a respetiva guarda em ferro, com elementos fundidos e coluna de ferro fundido, lambris de azulejo, vitral existente no piso 1 e pavimento de mosaico do átrio da escada

iii) recolocação das portas e portadas de madeira com as respetivas ferragens em todos os espaços existentes e recolocação dos mosaicos hidráulicos da biblioteca

iv) manutenção do pé-direito em todo o piso 1, sendo feita a reposição de todos os ornamentos de estuque existentes nos tetos com motivos relevados

A ligação dos dois edifícios é feita através de um pequeno passadiço, ao nível do piso 2, sendo sempre restabelecida ao nível do piso térreo e dos pisos em subsolo (piso 0 e caves). Mantém-se, assim, a separação dos edifícios na frente da Rua Bernardim Ribeiro, de modo que a passagem pelo logradouro existente obtenha a nova função de acolhimento e de acesso às áreas do novo edifício.



O projeto prevê a demolição integral do edifício na Rua Bernardim Ribeiro e a demolição parcial do edifício da Rua da Sociedade Farmacêutica, sobretudo de elementos construtivos interiores, como as lajes de madeira, paredes de tabique e vigamento de cobertura em madeira. As paredes exteriores de frente para os arruamentos serão mantidas e reabilitadas, sendo feita a sua contenção periférica, e a escavação dos pisos abaixo do solo com recurso a paredes moldadas.

A estrutura do novo edifício será constituída por pilares, vigas e lajes em betão armado, desde o primeiro piso em cave até à laje do piso amansardado. As fachadas exteriores novas serão constituídas em alvenaria de tijolo térmico, revestidas pelo interior com isolamento (lã de rocha) e dupla placa de gesso. As áreas desprotegidas pelos elementos estruturais serão forradas com placas do tipo XPS, por forma a resolver as pontes térmicas.

Os elementos salientes das fachadas (palas e consolas) serão executadas em betão armado. O acabamento exterior das paredes exteriores será o tradicional reboco pintado à cor rosa, prevendo-se o revestimento interior com isolamento (lã de rocha) e dupla placa de gesso. Nas paredes do novo volume, o revestimento exterior será em zinco à cor natural pré-patinado.

As caixilharias serão de alumínio, com corte térmico e vidro duplo nas fachadas novas e nas fachadas existentes.

Os novos vãos serão protegidos por estores metálicos, de lâminas orientáveis e reguláveis, ficando os vãos da fachada tradicional protegidos com as tradicionais portadas interiores. Nas áreas de trabalho, os gabinetes serão compartimentados com divisórias aligeiradas.

Os pavimentos interiores serão compostos por manta isolante, betão celular (enchimento) e autonivelante. O piso na área de acolhimento do auditório, sanitários e copas será revestido com mosaicos cerâmicos. Nas áreas sociais do piso 1, o revestimento do piso será de réguas em madeira e e pintura epoxi nas escadas

Nas áreas de trabalho dos dois novos pisos superiores será utilizado revestimento em Bolon. As varandas e terraços serão revestidos com mosaicos cerâmicos. Os tetos serão acabados através tetos falsos em gesso cartonado nas áreas sociais, circulações e escritórios, de forma a possibilitar a integração toda a componente técnica necessária ao conforto e funcionamento do edifício. As instalações sanitárias e copas serão igualmente providos de tetos falsos, mas com placas de gesso cartonado hidrófugo e respetiva pintura antifúngica.

A cobertura será inclinada, revestida a zinco à cor natural pré-patinado e a cobertura plana será revestida a seixo rolado, dentro do perímetro técnico, exceto nas áreas reservadas para a instalação de painéis ou outras unidades técnicas, onde está prevista a construção de maciços. A cobertura plana fora do perímetro técnico será revestida a mosaico cerâmico.

Na generalidade, todos os revestimentos utilizados têm a finalidade de reduzir necessidades de manutenção, pela sua robustez e durabilidade.



EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
A operação de revitalização do edifício existente, e respetiva ampliação, segue critérios construtivos que reduzem os coeficientes de transmissão térmica, melhorando o desempenho energético face às condições atuais.

As paredes exteriores existentes serão isoladas pelo interior (nos espaços habitáveis), tal como as paredes novas, constituídas por alvenaria de tijolo térmico e isolamento.

As caixilharias dos vãos existentes serão substituídas por séries em alumínio com corte térmico, equipadas com vidro térmico, protegidas no interior pelas portadas existentes, assim como as caixilharias dos novos vãos, que serão protegidos com estores de lâminas reguláveis e orientáveis.

As coberturas serão totalmente revestidas com isolamento térmico, garantindo-se desta forma uma melhoria considerável em toda a envolvente do edifício.

A melhoria do desempenho energético resulta ainda de vários pormenores construtivos definidos e equipamentos utilizados:

- Sistema de AVAC, cuja insuflação de ar novo nos espaços será assegurada por unidades de tratamento de ar com recuperação de calor e climatização através de sistemas de expansão direta do tipo VRV
- Sistema solar para a produção de água quente sanitária (AQS)
- Iluminação de baixa emissão com tecnologia LED

Prevê-se assim uma subida em dois níveis da classe energética atual (134% classe C) para (66% Classe B).