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Obstipação e o uso de laxantes no adulto

  • cidadão-uso-responsável
25 Março 2024
Obstipação e o uso de laxantes no adulto

A obstipação, também conhecida como prisão de ventre, é uma condição onde ocorre uma diminuição do número de movimentos intestinais, devido à formação de fezes duras e secas, que se tornam difíceis de eliminar.

Embora os sintomas possam variar de pessoa para pessoa, geralmente a obstipação é caracterizada por uma alteração no hábito intestinal normal, com diminuição no número de evacuações, e dificuldade na passagem e eliminação das fezes, sendo por vezes acompanhada de cólicas na parte inferior da barriga, sensação de inchaço ou de não conseguir evacuar completamente.

Existem várias causas para a prisão de ventre, como uma dieta pobre em fibra e uma baixa ingestão de água, condições médicas e/ou psicológicas, ou o consumo de certos medicamentos.

Atenção! Não ir à casa de banho todos os dias não significa que sofra de obstipação. Existe uma grande variedade de hábitos intestinais considerados normais. Algumas pessoas evacuam duas a três vezes por dia, enquanto outras só o fazem três a quatro vezes por semana. Uma mudança no padrão habitual é o que caracteriza a presença desta condição. 

Que medicamentos existem para o tratamento da obstipação no adulto?

Os laxantes são medicamentos utilizados no alívio da obstipação, atuando diretamente no intestino ou no conteúdo intestinal, de modo a aumentar a frequência da defecação, ou facilitar a passagem das fezes.
Podem apresentar diversas formas farmacêuticas, como: cápsulas, comprimidos, pós para solução oral, granulados, gotas orais, supositórios, soluções retais, enemas e xaropes.

Os laxantes são classificados em 4 grandes grupos, de acordo com a forma como atuam:

Expansores do volume: podem conter fibras solúveis, ou insolúveis, como a Cassia angustifolia (fruto), Ispagula (mucilagem), Plantago ovata (sementes) e o Plantago afra. Atuam pela absorção de água e aumento do conteúdo intestinal.  O seu efeito surge ao fim de 2 a 3 dias.

Osmóticos: podem ser constituídos por diferentes substâncias, como a lactulose, o lactitol, o manitol, o sorbitol, o macrogol, ou compostos salinos como o magnésio e sódio. Favorecem a retenção da água, o que amolece as fezes e aumenta o seu volume. O seu efeito ocorre, habitualmente ao fim de 2 a 3 dias.

Emolientes: constituídos por óleos minerais, como a parafina líquida. Lubrificam e amolecem as fezes, facilitando a sua eliminação. O seu efeito ocorre 6 a 8 horas após a toma.

Contacto: aumentam o movimento intestinal por ação estimulante na mucosa, bem como pelo aumento do conteúdo intestinal. O seu efeito ocorre 6 a 12 horas após a toma, sendo habitualmente tomados ao deitar, para produzirem efeito na manhã seguinte. Também existem formulações retais, que podem ser utilizadas para provocar uma evacuação mais rápida. Porém, não devem ser usadas em pessoas idosas ou debilitadas. São exemplos, o bisacodilo, o sene, o citrato de sódio, o glicerol e o picossulfato de sódio.

Como saber qual o laxante mais adequado para mim?

Antes de tomar um laxante, informe-se junto do seu médico ou farmacêutico. A sua seleção deverá ser baseada no contexto da situação, nos sintomas, na velocidade de atuação pretendida e na resposta ao tratamento.

Geralmente, exceto em certas situações específicas, os laxantes expansores do volume fecal são considerados a primeira escolha, uma vez que são a classe que imita mais aproximadamente o mecanismo de evacuação normal do nosso corpo. Caso o seu efeito não surja ao fim do tempo esperado, e as fezes permanecerem duras, um laxante osmótico poderá ser indicado como segunda opção.

Os laxantes de contacto poderão ser úteis em casos de obstipação ocasional, após falha de laxantes de outros tipos.

Quais os cuidados a ter no uso dos laxantes?

Antes da toma, leia cuidadosamente o folheto informativo, de forma a certificar-se que o medicamento é seguro para si. Em caso de dúvida, informe-se junto do seu farmacêutico.

É muito importante ingerir muita água enquanto estiver a tomar um laxante. Um laxante osmótico pode deixá-lo desidratado. Já no caso de um laxante expansor do volume, se não beber bastantes líquidos, as fezes podem tornar-se secas e difíceis de eliminar.

Atente ao horário de administração do seu medicamento. Alguns laxantes têm de ser tomados em determinadas horas do dia, como logo de manhã, enquanto outros devem ser tomados à noite.

Como na maioria dos medicamentos, os laxantes podem causar efeitos adversos. Normalmente, são leves e passam quando deixa de tomar a medicação. Alguns dependem do tipo de laxante que está a tomar. Contudo, de um modo geral, os efeitos secundários mais comuns são: sensação de inchaço, cólicas, gases e dores de barriga.

Idealmente, os laxantes deverão ser usados apenas por um curto período de tempo, salvo indicação médica. Pare de utilizar o laxante assim que a sua obstipação melhorar. O seu uso excessivo ou prolongado pode causar diarreia, obstrução intestinal, desidratação e alterações nos valores de sais e minerais do seu corpo.

Apesar de existir uma vasta oferta de laxantes disponíveis, este tipo de medicamento poderá não ser adequado para todas as pessoas. Consulte sempre primeiro o seu médico ou farmacêutico se apresentar alguma das seguintes condições:

      • Síndrome de intestino irritável, doença de Crohn ou colite ulcerosa.
      • Se tem uma colostomia ou ileostomia.
      • Se tem histórico de doença renal ou de fígado.
      • Se está grávida ou a amamentar.
      • Se tem diabetes, pois alguns laxantes podem aumentar os níveis de açúcar no sangue.
      • Se tem intolerância à lactose ou galactosemia.
      • Se está a tomar outros medicamentos, pelo risco de interações.

Que outras medidas posso tomar para prevenir a obstipação?

Existem várias medidas que poderá adotar, de forma a melhorar e manter o seu trânsito intestinal regular, nomeadamente:

      • Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibra, como frutas, legumes e cereais integrais.
      • Aumentar a ingestão de água.
      • Realizar exercício físico, como por exemplo, caminhadas, corrida ou natação.
      • Não ignorar a urgência de defecar.
      • Destinar tempo para as idas à casa de banho, sem pressa nem interrupções.
      • Tentar manter um horário regular de ida à casa de banho, preferencialmente após as refeições, para aproveitar o habitual aumento dos movimentos intestinais.



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